18 jan

Postado por Camilo Cavalcanti Jr. em Renda Fixa | Comentários (2.943)

Será que a poupança foi um bom investimento em 2011?

Olá, pessoal. Começo hoje a escrever aqui no blog do QI Financeiro, e a minha proposta é clarear as nossas idéias sobre a Renda Fixa. Primeiramente, o que é a Renda Fixa?

É um investimento no qual já sabemos, no momento da negociação, como se dará a sua remuneração. Por exemplo, no momento em que um banco faz um empréstimo para seu cliente, ele já sabe a taxa que vai receber (ex: 1% ao mês, 15% ao ano, etc.), e como ele receberá este dinheiro novamente (pagamentos mensais, semestrais ou anuais, por exemplo).

Da mesma maneira, quando investimos em um CDB, esperamos receber determinada taxa ao ano, ou um percentual do CDI. Na poupança, TR +0,5%. Quando compramos uma LTN, temos uma taxa prefixada. Ao investir numa LFT, o retorno esperado é da taxa SELIC… calma, calma.

São muitas siglas e definições que pretendemos abordar aos poucos aqui neste espaço. E pra começar, nada melhor do que falarmos da boa e velha CADERNETA DE POUPANÇA. Sabemos que a cada 30 dias, nossa aplicação apresenta um rendimento baseado na TR (Taxa Referencial) + 0,5%. Ta legal, mas o que é a TR? É uma taxa divulgada pelo governo, que é encontrada a partir do informe de 30 instituições bancárias sobre suas taxas prefixadas de empréstimos mensais. Traduzindo: os bancos informam ao governo as taxas às quais tomam dinheiro emprestado (em geral, com a emissão de CDB – Certificados de Depósitos Bancários) por um mês com seus clientes, e estas taxas são usadas na formação da TR.

Então quer dizer que sabemos como se dá o rendimento da caderneta de poupança, sabemos como se forma a TR, então sabemos o quanto teremos ao final de algum período? A resposta é não. Porque a TR varia a cada dia, sendo impossível prever o seu valor exato. Desta maneira, a caderneta de poupança é um investimento pós-fixado, pois depende de taxas que ainda não são conhecidas.

E como eu avalio se um investimento é bom ou ruim? Bom, aí precisamos do conceito de Taxa Real, que nada mais é do que a taxa de retorno do seu investimento, descontada a inflação do período. Por exemplo, se o retorno que obtive com uma aplicação foi de 10% em um ano, e a inflação foi de 6,50% no mesmo período, então podemos dizer que meu ganho REAL foi de aproximadamente 3,50% (o correto é fazer [ (1+10%)/(1+6,50%)-1] = 3,29%).

Certo, então vamos fazer um breve e simples estudo com a rentabilidade da caderneta de poupança em 2011 (com vencimento no dia 1º, por exemplo), que foi de 7,50%, e compará-la com a inflação oficial medida pelo IBGE (o IPCA), que apresentou elevação de 6,50%.

Podemos notar que a poupança apresentou um rendimento REAL de aproximadamente 1%, o que significa dizer que o poder de compra de quem aplicou em poupança em 1º de janeiro de 2011, aumentou em 1% durante o ano. Muito, ou pouco, o importante é ter a idéia de que o rendimento da caderneta está bastante próximo da inflação corrente, e que é por isso que atualmente quem investe procura outras fontes de renda, como CDB, títulos do Tesouro, ações, etc. Todos têm suas vantagens e desvantagens, e não podemos esquecer que entre as vantagens da poupança estão a liquidez diária (posso retirar meu dinheiro em qualquer dia), a não tributação de imposto sobre a renda, e a garantia, pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) de até R$ 70.000, caso haja problemas com o banco em que você investiu.

Aqui está a nossa primeira, e mais comum, opção de investimento em Renda Fixa. Com certeza aparecerão dúvidas, e espero esclarecê-las com os próximos textos (assim como traduzir todas as siglas e nomenclaturas que usei como exemplos aqui).

Até lá, e que 2012 seja um grande ano para todos nós!

Saudações,

Camilo Cavalcanti Júnior

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Comentários

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