No texto anterior, começamos a abordar o tema “Fundos de Investimento em Renda Fixa”, e vimos que existe uma divisão de tipos de fundos quanto à tributação: fundos Curto Prazo ou Longo Prazo.

Neste texto, vamos nos focar nos fundos de Curto Prazo. Para ser mais detalhista, os fundos Curto Prazo aplicam seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais com vencimento em no máximo 365 dias, além de prazo médio dos títulos inferior a 60 dias. Possuem liquidez diária, como a poupança, por exemplo, mas têm cobrança de Imposto de Renda conforme a tabela abaixo:

Ou seja: não importa o prazo dos títulos na carteira do fundo, mas sim o prazo em que seu dinheiro ficou aplicado no fundo de investimento para que seja feita a cobrança do Imposto de Renda. O gestor é que vai decidir quais os títulos que serão colocados nesse fundo, e quando trocá-los.

Os fundos da categoria Curto Prazo têm risco bastante baixo, investindo geralmente em LFT e em operações compromissadas. Desta maneira, como o risco é baixo, também não podemos esperar grandes retornos. E com a incidência do IR, é importante fazer algumas contas e comparar a rentabilidade esperada deste tipo de fundo com a da poupança. Atualmente, é certo que fundos dessa categoria perdem para a antiga poupança (aquela de quem investiu até maio deste ano, quando houve a alteração nas regras).

Que tal simularmos a carteira de um fundo Curto Prazo hoje?

 Essa é uma possível carteira de um fundo Curto Prazo. Você deve estar se perguntando o que é uma operação compromissada, certo? É o dinheiro disponível em caixa no fundo. E para que ele não fique parado na conta, no fim do dia o fundo empresta seus recursos que não serão utilizados para resgates ou pagamento de custos, a um banco, que remunera esse valor e devolve no dia seguinte logo pela manhã.

No próximo texto, abordaremos os fundos de investimento de Longo Prazo, e suas categorias.

Saudações,

Camilo Cavalcanti Jr.

Mestrando em Economia na linha Finanças Quantitativas pela EESP-FGV, é gestor de fundos de investimento desde 2008 em um grande banco nacional. Formou-se no MBA de Derivativos e Mercado de Capitais da BM&FBovespa e em Licenciatura em Matemática pela USP, e escreve para a QI Financeiro desde janeiro de 2012.